A obcessão pela beleza, ou melhor, por um padrão de beleza cultivado pela mídia que não existe na vida real, está causando mais danos do que se pensava, até a crianças, que deveriam ser inocentes e protegidas.
Quando o Botox e seu incrível efeito antirrugas foram inventados, a idade média dos pacientes era de 41 anos. Isso foi em 1992. Será que seus criadores imaginavam que essa droga um dia seria usada em pequenas meninas que participam de concursos de beleza?
No início deste mês, a mãe de uma menina que participa desses concursos na Califórnia, EUA, Kerry Campbell, chocou o mundo quando falou em plena TV americana que sua filha de oito anos, Britney, injetou Botox.
Ela disse que sua filha pediu pelo tratamento, para tirar as rugas que ela tem quando sorri, e insistiu que muitas mães também fazem o mesmo.
A mídia internacional bateu em cima disso, levando as autoridades da Califórnia a tirar a criança da mãe. Posteriormente, Kelly retirou suas declarações, afirmando que era tudo uma farsa para atrair a atenção da imprensa.
Essa não é a primeira vez que o assunto atinge as manchetes. No ano passado, houve uma tempestade midiática quando uma mãe britânica, Sarah Burge, autoproclamada “Barbie Humana”, disse ao mundo que estava dando injeções de Botox a filha de 15 anos. Apesar da condenação generalizada, Sarah insistiu que estava fazendo um favor a sua filha, atuando ainda na adolescência para prevenir suas rugas na idade adulta.
O que essas mães não percebem é que crianças e adolescentes não têm rugas: eles têm expressões faciais, o que obviamente não é a mesma coisa.
O “Botox juvenil” é um exemplo de uma tendência preocupante. O que foi concebido como tratamento antienvelhecimento para homens e mulheres com linhas de expressão moderadas a graves é agora cada vez mais usado de forma “preventiva”.
Além de prometer um futuro livre de rugas, o Botox se tornou sinônimo de riqueza e status para uma nova geração. Os jovens o querem, e o quanto antes, melhor. Infelizmente, não há evidências de que o Botox funcione como preventivo, nem existe qualquer licença para usá-lo como tal.
Além disso, tratamentos de Botox em uma idade precoce podem ser mais prejudiciais do que bons para a aparência. O rosto é uma estrutura em constante evolução ao longo da vida. O Botox visa travar seu declínio, mas o uso excessivo da droga a longo prazo pode levar à atrofia dos músculos, particularmente ao redor dos olhos, e o rosto pode aparecer inadvertidamente velho, apesar da falta de rugas.
Botox pode ser um tratamento potente e eficaz, mas é importante lembrar que é um medicamento que exige receita médica, com implicações a longo prazo para o desenvolvimento facial.
Geralmente, é melhor esperar até que haja pelo menos umas linhas sobre o rosto, o que para a maioria das pessoas ocorre somente na casa dos trinta. O tratamento precoce pode não só levar a resultados indesejáveis ao longo do tempo, como você poderia se privar de uma aparência natural e linda que viria a ter (quem nunca viu uma mulher ficar deslumbrante e atingir o auge da beleza aos 30 que atire a primeira pedra).
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